terça-feira, 22 de outubro de 2013

Expedição Brasileia: O Drama Haitiano no Acre.


Por quê Expedição Brasileia?
Brasileia, uma cidade que fica no Estado do Acre, a 240km da capital Rio Branco, virou notícia desde que milhares de haitianos passaram a imigrar para o Brasil através das fronteiras que a cidade tem com a Bolívia e o Peru. Como apoio, o Governo Federal autorizou a recepção dos imigrantes, disponibilizando leitos, comida e regularização dos vistos provisórios, emitidos pela Polícia Federal.
O problema é que por dia, chega uma média de 30 a 70 pessoas, um número muito maior do que o esperado pelos responsáveis em recebê-los. A cidade está superlotada e o pagamento prometido para a quitação das dívidas diárias não são repassadas no tempo devido. A dívida do estado do Acre já passa dos 700.000 mil reais.
  • Em média, os imigrantes consomem uma tonelada de alimentos por dia. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) doou 14 toneladas de alimentos, mas não é suficiente. (O Globo, País.)
Paróquias, hotéis, pousadas e todo tipo de local que possa servir de hospedagem está sendo usado para acomodar os haitianos, que sonham em regularizar seus passaportes e conseguir arrumar um bom emprego para poder trazer o restante da sua família ou recomeçar a vida do zero.
Brasileia construiu um campo com capacidade para 200 abrigados, porém, esse número já passa de 800. Destes, 90% sofrem de diarreia e de outras doenças geradas pela falta de condições mínimas de higiene (o campo conta com 8 chuveiros, 10 latrinas, esgoto a céu aberto e um filtro industrial responsável por toda água potável no campo).

  • Brasileia, de 21.398 habitantes, não está longe de ter quase 10% de seus moradores se comunicando em francês, creóle ou espanhol, língua que a maioria aprendeu na República Dominicana, justamente para poder chegar com mais facilidade ao Brasil. (O Globo, País.)
Em um hotel no centro da cidade, os 30 quartos disponíveis estão ocupados por mais de 1000 haitianos, com uma média de 20 pessoas por quarto, transformando o hotel em um verdadeiro cortiço. Outro problema é o sofrimento que os moradores locais passam, já que essa população adicional sobrecarrega toda a infraestrutura da cidade, atrasando o atendimento nos serviços sociais fundamentais, como, por exemplo, a saúde pública.
  • (…) pelo menos 50 haitianos passaram mal, com infecção gastrointestinal. Foram atendidos e medicados após comer linguiça de porco nas refeições servidas de graça pelo estado. (O Globo, País.)
A vinda dos estrangeiros se deve ao fato de que, em 2010, um terremoto catastrófico (magnitude 7,0 na escala Richter) derrubou o que se estima ser a metade das construções do país, matando mais de 200 mil pessoas e deixando 1,5 milhão de habitantes desabrigados.
O foco do projeto
Na cidade de Brasileia há 21.398 habitantes, soma-se a esse valor 6 mil haitianos. Desde o primeiro semestre de 2011 o número triplicou, os dados são do último levantamento feito pela delegacia da cidade. Já para o representante da Secretaria de Direitos Humanos do Acre na cidade, Damião Borges, o número de ilegais é ainda maior, podendo atingir a soma de 10.800 para mais.
  • Até 25 de setembro, ao menos 7.200 novos haitianos foram cadastrados no acampamento que os recebe na cidade. (G1, Acre.)
É com base nesses dados estatísticos que nós, estudantes de jornalismo, resolvemos criar o projeto Expedição Brasileia: O Drama Haitiano no Acre, onde iremos realizar uma série de reportagens e documentações fotográficas com o intuito de mapear e descrever o impacto cultural que a entrada de toda essa nova população gerou – e continua gerando – na região acreana.
Moradores dizem que os haitianos são simpáticos, não fumam e nem bebem, não causam problema algum dentro da cidade. Diferente do que a grande mídia tem mostrado ao público, através de suas matérias pouco abrangentes, o grupo pretende voltar com vasto material, informando – em detalhes – o resultado da mistura dos hábitos locais com os costumes dos forasteiros. Culinária, recreação, música, religião e comunicação são um dos fatores que queremos estudar de perto e apresentar a quem se interessar por meio de um ensaio fotográfico e um livro em arquivo digital.
Conheça os “Três Estudantes-Jornalistas”
Somos estudantes do curso de Jornalismo (FaAc), da Universidade Santa Cecília (Unisanta), localizada em Santos/SP. Neste segundo semestre do ano de 2013 estamos no 4º semestre do curso, mas desde o primeiro já desenvolvemos atividades relacionadas ao cenário da imprensa, praticando todas as teorias adquiridas em sala de aula.
Matheus José Maria, idealizador do projeto e fotógrafo, trabalha atualmente como assessor de imprensa do Serviço Social do Comércio (SESC) de Santos, grande instituição que promove o acesso do público aos mais diversos tipos de eventos culturais. Apaixonado por fotografia acredita que ela é uma das mais importantes ferramentas para promover a mudança social e ajudar pessoas, cujas condições são normalmente ignoradas. Sua inspiração vem de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado, Maurício Lima, Robert Capa e outros tantos que mudaram o mundo com suas fotografias.
Vinícius Kepe, redator de uma coluna no jornal santista Boqnews, é repórter e produtor de conteúdo (estagiário) na TV Santa Cecília (programa Espaço Unisanta), que faz parte do Complexo Santa Cecília de Comunicação. Além da profissão comunicativa, cultiva admiração pela Sétima Arte e o gosto pela leitura. Dentre outras, tira inspirações reflexivas dos filmes de Glauber Rocha, François Truffault e Vittorio de Sica. Já no campo literário, nada além do nome José Saramago para embasar as questões políticas e as da vida humana.
Jéssica Alves, estagiária da TV Tribuna, filial da Rede Globo na Baixada Santista, também atua no programa esportivo Esporte por Esporte, televisionado pela TV Santa Cecília. Também já integrou a equipe de estagiários da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Vicente (SP), onde também teve a oportunidade de apresentar e produzir o programa de rádio Tribos, na Primeira FM. Apaixonada pela profissão que escolheu exercer, acredita que a atividade de informar é mudar, em parte, a sociedade.

Financiamento coletivo, a solução
O trabalho de uma cobertura jornalística feito por grandes veículos consiste em enviar equipes, com dois ou mais integrantes, para lugares onde a notícia está acontecendo. Só assim é que se pode ter uma melhor apuração dos fatos. Arcar com os custos de uma viagem para perto já é caro, para longe, nem se fala.
Despesas com transporte, hospedagem, alimentação e, em alguns casos, equipamentos, são muito importantes e precisão ser colocadas na ponta do lápis. Por isso, essa viagem, para estudantes que ainda pagam suas mensalidades e despesas do dia a dia, seria totalmente inviável de se realizar sem a ajuda dos familiares, amigos e apoiadores que veem no projeto uma ideia brilhante.
Mesmo com tanta dificuldade, acreditamos no potencial do projeto e no profissionalismo que cada integrante possui para realizá-lo de uma forma eficaz. No planejamento, essas despesas descritas foram incluídas na soma total, feita para passarmos 15 dias entre os habitantes de Brasileia e seus “convidados”.
As despesas-base projetadas para os dias de trabalho de 4 a 22 de dezembro de 2013, para os três viajantes, são relacionadas às passagens aéreas, alimentação, hospedagem, transporte entre Rio Branco e Brasiléia e a impressão dos livros fotográficos (50 fotolivros de capa dura, formato paisagem 25X20cm, com 50 páginas). Todo o valor requerido será usado para financiar a viagem, o conteúdo, o formato do material de apresentação e as recompensas.
Contatos (Facebook)
Expedição Brasileia no Facebook.

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